Imagine desde criança, ouvir das pessoas:

Você tem muito potencial, vai chegar longe.

E o tempo ir passando e esse longe nunca se concretizar.

Era essa a minha experiência. 

Eu começava um processo e os resultados não vinham como eu esperava. E eu desistia. Foram faculdades, cursos, concursos, trabalhos e muitos outros.

Olhando-me, as pessoas viam carisma, habilidades e sonhos. Eu também via, mas faltava algo.

Houve, contudo, uma rodada de chave e eu saí desse lugar. Sabe quando?

Um dia, em mais um projeto frustrante, eu estava trabalhando numa escola.

Era um evento com as crianças ao ar livre. Entre as tantas brincadeiras feitas para os alunos, houve um concurso de bambolê para os professores.

Eu não sabia brincar com aquilo, mas isso não era um problema. Afinal, ninguém esperava que eu ganhasse. Nem eu, nem ninguém.

A professora que ganhou, inclusive, manteve o bambolê por uns 40 segundos apenas em volta da cintura.

Conforme perdiam, os professores deixavam o bambolê de lado e focavam em outra coisa, mas eu não. Fui para um canto e fiquei treinando.

Tentava, ele caia, tentava de novo, ele caia. E assim por muitas vezes.

Depois de muito tempo, eu consegui manter o objeto girando por longo tempo em volta da cintura.

Aquilo me deu um prazer tão grande que eu não consiguia explicar.

Refletindo sobre o ocorrido, eu comecei a entender, como de fato, eu funcionava.

Eu passei a vida olhando para as expectativas das pessoas e esqueci de olhar para as minhas. 

Não adianta, é fato que eu preciso estar motivada para dar o meu melhor, para encontrar as respostas e ter persistência e consistência no processo. 

Isso é uma característica minha e não dá para mudar, é como eu funciono. E aí está a mudança de comportamento: ao invés de vê-la como um problema eu a percebi como um valor.

Aprender a brincar com o bambolê foi uma vitória pessoal e que não me deu reconhecimento, não me tirou do lugar de promessa para o lugar de realização aos olhos dos outros, mas sim ao meu olhar, que é o que importa de fato.

Foi a partir daí que entrei de vez para a produção de conteúdo digital como redatora. 

O melhor de tudo é que descobri que, toda a bagagem que ganhei em muitas experiências que tive, não foram energia e  tempo jogados fora. Ao contrário, me deu uma visão de mundo ampla e que hoje me ajuda a transitar por vários universos.

A inquietação, eu uso como termômetro para a realização pessoal que define a minha entrega.

Para você, eu posso continuar sendo uma promessa, mas, desculpe, hoje o que me move são os meus anseios. O resto é secundário.

Você conhece o seu próprio manual de instrução?

Conheça o seu manual de instrução e seja uma máquina potente.